terça-feira, 13 de março de 2007

Tenho saudades do camelo

Fevereiro 97 s/data
Estou num centro comercial, e é uma cave, e tenho um casaco azul celeste sobre os ombros, e uma camisola igual de conjunto que levo na mão. E como estou a andar muito depressa o casaco cai, e só dou por isso uns metros à frente. Volto-me e ainda o vejo. Vou apanhá-lo. Caiu numa poça com alguma lama. E a camisola também está ligeiramente húmida de ter caído numa poça parecida. Volto-me contra uma parede para apertar os botões da minha blusa, que não estão fechados e até me está a ser difícil apertá-los. Depois olho para o casaco e a camisola e penso que pena, porque quando os lavar perdem metade da graça. E penso: vou ter de os lavar a seco. E penso: foram caros. E é estranho porque não costumo ter nada de vestir em azul, quanto mais azul celeste.
E depois estou em cima de um camelo, mas é um camelo pequeno, mas não é um camelo criança. É só pequeno. E estamos num quarto andar, a entrar numa loja de um indiano e é uma loja que vende roupa e muitos tecidos. E é uma loja onde não há expositores, as roupas estão penduradas em cordas de roupa, e enquanto vamos avançando o camelo enrola a cabeça, sem querer, na roupa pendurada. E o indiano dá-lhe estaladas, e eu fico zangada, porque o camelo não tem culpa. E tiro a roupa da cara do camelo, ou pelo menos estou a tentar tirar, e o indiano está a dizer que aquilo já causou muitos prejuízos, e eu digo que pago tudo. E depois não sei do camelo e estou tristíssima, e acho que alguém o levou e tenho tanta, tanta pena, porque tenho saudades do camelo.

Sem comentários:

Enviar um comentário