NOITE DE 18 PARA 19 DE MAIO DE 1997
Estou num quarto, e acho que é um quarto de hotel, e acho que estou com o Drew e vamos tomar chá. O chá já está feito, e ele serve-se num copo de vidro grosso e arranja para mim um copo parecido mas é de um vidro mais fino. Eu peço um copo igual. Não há copos exactamente iguais, mas ele arranja-me um parecido com um pires de vidro muito grosso, e eu fico satisfeita. Depois ele estende-me uma folhas, penso que de menta, e diz que são para perfumar o chá. Estendo-as com cuidado e elas cobrem toda a superfície da infusão. Percebo que têm pó. Pergunto se as lavou. O pó, com o calor, torna-se mais evidente. Dou-lhe o resto das folhas para as lavar. E resolvo tirar as minhas, com cuidado, para as sacudir e lavar. Percebo que o calor fez eclodir ou evidenciar uma série de lagartas, muito verdes. Sacudo-as e caiem ao chão. Depois fica preso nas folhas um ovo de serpente, minúsculo. É absolutamente transparente. Dentro do ovo a serpente está completamente formada, e agita a língua bífida e os seus olhos brilham intensamente, ferozmente. É uma serpente minúscula, mas está pronta a atacar. Penso que tem uma cauda com ferrão. Pego na folha com cuidado. Mostro a sua morfologia a alguém, e explico-lhe que é uma serpente fêmea, e que subjacente ao seu corpo filiforme, translúcido, há braços e formas femininas que são envolvidos na uniformidade do seu corpo. Como se, e nas suas remotas origens, antes de ser serpente, tivesse sido mulher. Depois saio, e o ovo fica preso a um biombo. Quando volto, com dois amigos meus, um acho que é o P.M., para lhes mostrar aquele ovo, já não encontro nada.
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