domingo, 23 de dezembro de 2007

Se estivesse aquio Peter Pan e a Fada Sininho

NOITE DE 6 PARA 7 DE MAIO DE 1997
É preciso entrar dentro de uma casa mas o acesso só é possível pela janela iluminada que se vê do chão, e através de uma escada muito precária encostada ao muro e tendo um banco como base de apoio. Há várias pessoas para entrar. Organizo-as da melhor forma para não se perder tempo. E guardo-me para o fim para ter a certeza de que todos entram. Vejo uma tesoura e uma faca e sei que é preciso levá-las, mas como também tenho um saco está a ser difícil subir naquelas condições. Entrego aqueles instrumentos aos que já estão a meio da escada. Atiram-nos pela janela, descrevendo um arco no ar e cortando o rectângulo iluminado. Depois só faltam subir uma menina e eu. Quando ela está quase a conseguir vai deslizando pela parede e não consegue. Empurro-a com força e ela diz-me: «Se estivesse aqui o Peter Pan e a Fada Sininho ainda era capaz.» Chamo o Drew com toda a força. E a janela já não está iluminada, já é uma claridade difusa que se espalha por todo o sonho, como se estivesse a amanhecer.
E agora já não quero subir a uma janela, porque estou a descer a uma cave. Estou à espera que me chamem. Há duas raparigas muito novas que vêm ter comigo ao quarto da cave onde aguardo. Estão nuas. E há um casal perseguido pela polícia porque tentou matar um bebé. Esse casal já foi apanhado uma vez, mas libertaram-nos com bebé e tudo. Agora estou à porta a ver se os apanho e o Drew está no corredor e há mais gente aguardando, quando passa por nós um casal, mas é tão diferente do que estava à espera que ninguém lhes liga. Fico muito incomodada, porque, apesar de diferentes, eu sinto que são os mesmos. Ela empurra uma cadeira de rodas e tem uma touca de enfermeira, ele está na cadeira de rodas. O casal que estávamos à espera não coincide com esta descrição. Mas eu avanço, incomodada, até porque oiço um bebé a chorar, e então há um homem da polícia que descobre um bebé quase sufocado, porque eles estavam a tapar-lhe a boca com as mãos para ele não respirar. E é um bebé moreno e forte e agora vê-se que está de boa saúde. E eles fugiram e eu fiquei indignada. Depois vou a persegui-los, entro num Centro Comercial, num dos níveis mais elevados, e as escadas rolantes são lindíssimas e brilham. E são uma espécie de montanha russa. E alguém me diz que não faz mal não ter dinheiro porque naquelas escadas ganha-se crédito. Como se, subi-las ou descê-las energizasse a nossa conta bancária.

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