sábado, 21 de novembro de 2009

Uma viagem com o meu amigo

NOITE DE 28 PARA 1 DE MARÇO DE 1998

Fiz, e ainda estou a fazer, uma viagem com o meu amigo. Chegamos a uma pensão. Ainda não é o destino final da nossa viagem. Ele fica num quarto mesmo á entrada, eu sigo pelo corredor, e fico num quarto, ao fundo, à esquerda. Nessa pensão há duas crianças execráveis. Fazem muito barulho próximo do quarto onde ele está. Então eu volto atrás e vou falar com a mãe deles, que é uma mulher que fala muito de ópera. Ela é muito aborrecida. Eu estou a conversar com ela com a desculpa de tentar convencê-la a mandar calar os filhos, e a falar, ela própria, mais baixo também, mas no fundo sei que estou a alimentar uma conversa para ter a certeza que o meu amigo acorda. E ele acorda.
Eu digo:«Vê, estava a pedir-lhe para falar mais baixo e para fazerem menos barulho».
E a minha filha pergunta-me:«Porque não foram a Peniche? Era mais bonito.»
E eu, que queria tanto fazer antes essa viagem digo-lhe que detesto aquela terra, e só irei lá se for preciso, e em trabalho. E o meu amigo leva-me junto de uma torneira e juntos bebemos água que sai do bocal.

Depois vamos apanhar uma camioneta, e eu descubro que vamos para o mesmo lado. E ficamos na mesma fila. E só ficamos separados por um homem, que se senta entre nós. Eu vou no banco da frente (ou no de trás, não me lembro), o homem vai a seguir, o meu amigo depois (ou antes, não me lembro).

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