Noite de Sábado 15 de Setembro
Avançamos por uma praia recortada por mar. Estamos longe da terra, próximo de um pontão muito, muito comprido, e próximo ainda de uma outra praia. No pontão podem ancorar barcos, de recreio, ou de longo curso. Eu gosto de ir pelo pontão, mas para já estou mais próximo desta praia, rodeada de mar por todo o lado. Não é bem uma ilha, mas é quase.
E depois estou no hotel, e há jovens muçulmanos lá. Não sei se o hotel lhes pertence, por uma questão geográfica, ou se, pelo contrário, eles são apenas empregados. Estou a arrumar as minhas coisas quando vejo uma caneta no chão. É uma caneta belíssima. Não tem tinta. Apanho-a mas tenho receio que os jovens muçulmanos me vejam e me acusem de ter ficado com uma caneta que não me pertence. Assim, entrego-a ao estudante que está sentado a uma mesa.
– É tua?
– Não – diz ele.
– Guarda-a e se aparecer alguém a provar que lhe pertence, entrega-a, se não podes acabar por ficar com ela – respondo.
Ele sorri, satisfeito. Depois, viro-me para o frigorífico e começo a tirar a carne para dentro de uns sacos térmicos. Na verdade, estivemos tanto tempo de férias e nunca gastamos tudo o que levávamos. Não quero deixar aquela comida toda a estragar-se. Os sacos ficam cheios rapidamente. É desconfortável imaginar que vou ter de carregar aquilo tudo de volta.
Depois estou de novo na praia, agora na outra, e quero tomar banho. Mas é muito perigoso. Volto para a outra praia onde está a Tita, e penso que me vou embora, no fim das férias e não cheguei a tomar um banho de mar como devia ser. Os barcos continuam ao largo, há barcos grandes, de cruzeiro, e eu sei que se andássemos pelo pontão, durante muito tempo, acabávamos por chegar até eles.
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