Uma casa ao pé do mar. As paredes são de vidro. Vidro muito grosso. As ondas caem em cima da casa com um fragor espantoso. É um pouco assustador. Mas eu sinto que a casa é segura e aguenta. É uma casa construída para estar ao pé do mar e aguentar com as marés.
Então alguém diz «agora vem aí mais uma! Está é que é forte, cuidado!». E como por vezes as ondas quase enrolavam a casa, penso, se esta é que é forte pode ser um abraço de rebentar com as paredes ou com o tecto. Então começo a pensar por onde posso sair, mas sair, não sei porquê, não é boa ideia. Mas afinal não aconteceu nada de tão dramático, e eu venho até à porta, e encostado à porta está o homem que tinha lançado o aviso. E o homem está a rir. Diz:
“Era uma Honda. Sim, não deixa de ser uma honda, mas não era dessas que estavam à espera”.
Uns metros à frente da porta, está um rapaz parado numa mota potente. E o motor está a trabalhar. O chão ainda está húmido das ondas.
Então eu e a Susana, depois ou antes, não me lembro, estamos dentro de casa a cozinhar. Eu estou a fazer mousse de chocolate, com tantas gemas que dá vontade de comer mesmo assim, e ela está a fazer licor de medronho. Depois chega um grupo de políticos, só que são políticos-estudantes, têm todos 20 anos. E ficam parados à porta. Eu digo-lhe que não pensem vir rapar as vasilhas nem as colheres, porque eu é que vou fazer isso. E rio-me, porque é verdade e eles também se riem. E a Susana pergunta se querem provar a aguardente de medronho, e eles querem, e eu também, apesar de não gostar de aguardente. Só quero mesmo provar.
E é muito bom, apesar de não gostar. E ela diz que, este ano e por causa das chuvas, a aguardente não está tão boa porque está mais aguada.
Uns metros à frente da porta, está um rapaz parado numa mota potente. E o motor está a trabalhar. O chão ainda está húmido das ondas.
Então eu e a Susana, depois ou antes, não me lembro, estamos dentro de casa a cozinhar. Eu estou a fazer mousse de chocolate, com tantas gemas que dá vontade de comer mesmo assim, e ela está a fazer licor de medronho. Depois chega um grupo de políticos, só que são políticos-estudantes, têm todos 20 anos. E ficam parados à porta. Eu digo-lhe que não pensem vir rapar as vasilhas nem as colheres, porque eu é que vou fazer isso. E rio-me, porque é verdade e eles também se riem. E a Susana pergunta se querem provar a aguardente de medronho, e eles querem, e eu também, apesar de não gostar de aguardente. Só quero mesmo provar.
E é muito bom, apesar de não gostar. E ela diz que, este ano e por causa das chuvas, a aguardente não está tão boa porque está mais aguada.
(Depois acordo e depois volto a adormecer)
E depois estamos num jardim que dá para uma casa, e há uma janela aberta que dá para um quarto, e dentro do quarto, sentado em cima de uma cama de pernas estendidas, está o Marcelo Rebelo de Sousa a falar ao telefone. Ele está a falar muito baixo, mas estranhamente ouve-se tudo cá fora com perfeita nitidez. E ele está a dizer que há fugas de informação no seu gabinete. E por causa dessas fugas de informação é que as sondagens dão o PSD tão em baixo, porque que as campanhas são fantásticas, e os resultados seriam muito melhores se não fossem aquelas fugas de informação. Cá fora, nós estamos a ouvir e a comentar que as campanhas eram uma porcaria, e que ele está profundamente equivocado, ou iludido.
E sonho outra vez que estou grávida, mas é uma coisa espiritual e uma gravidez que não vai ser de um filho de carne e osso. E eu estou muito contente, como se finalmente aceitasse neste, todos os outros sonhos em que sonhei que estava grávida e tinha tanto medo. Agora eu percebo. Agora eu percebo tudo.
imagem: http://www.svms.santacruz.k12.ca.us/Computer_Class/comp/lexi%20w/big%20wave.jpg
E depois estamos num jardim que dá para uma casa, e há uma janela aberta que dá para um quarto, e dentro do quarto, sentado em cima de uma cama de pernas estendidas, está o Marcelo Rebelo de Sousa a falar ao telefone. Ele está a falar muito baixo, mas estranhamente ouve-se tudo cá fora com perfeita nitidez. E ele está a dizer que há fugas de informação no seu gabinete. E por causa dessas fugas de informação é que as sondagens dão o PSD tão em baixo, porque que as campanhas são fantásticas, e os resultados seriam muito melhores se não fossem aquelas fugas de informação. Cá fora, nós estamos a ouvir e a comentar que as campanhas eram uma porcaria, e que ele está profundamente equivocado, ou iludido.
E sonho outra vez que estou grávida, mas é uma coisa espiritual e uma gravidez que não vai ser de um filho de carne e osso. E eu estou muito contente, como se finalmente aceitasse neste, todos os outros sonhos em que sonhei que estava grávida e tinha tanto medo. Agora eu percebo. Agora eu percebo tudo.
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