domingo, 3 de setembro de 2006

O talho, os transportes publicos e os textos da Xana



NOITE DE 16 PARA 17 DE JUNHO 1994
Um talho. Estou a fazer compras. O Lula entra na câmara frigorífica, e começa a brincar com as carnes penduradas por ganchos de metal suspensos de correntes muito grandes e muito fortes. O dono do talho ralha com ele porque não pode estar ali.
Vou buscá-lo. Está caído num chão de tijolo, as paredes são de tijolo, muito, muito antigo, e eu acordo-o, ou reanimo-o, e percebo que ele descobriu uma porta secreta naquela construção, e de repente lembro-me de Córdova, da Catedral.
Os tectos são altíssimos, de cúpulas, com várias sobreposições, e é como se parte deste edifício estivesse ainda oculta. É um edifício que me faz lembrar certos desenhos neogóticos de algumas B.D.
Depois estou numa paragem, mas não sei qual é o transporte, ou não me explicam bem, e quando percebo qual é, acabou de partir. Há uma fila interminável para apanhar autocarros, e uma senhora explica-me que eu posso avançar para o primeiro lugar da primeira fila, porque cheguei primeiro, e portanto é um direito que tenho.
Só que eu continuo na dúvida sobre o transporte que devo apanhar e não me lembro de mais nada.

Depois lembro-me disto: o Toninho diz-me "os textos da Xana são sempre muito melhores do que os teus e é por isso que o Jorge prefere que seja ela a escrever os guiões." Eu não sabia que o Jorge preferia que fosse ela a escrever os guiões, porque tanto uma como outra os escreviamos sem qualquer problema. Então sinto-me tão triste e tão insegura, e penso que estou, se calhar, estou a escrever de uma forma antiquada e sem graça.

2 comentários:

  1. OHHHHH!!!! Nunca me contaste este!

    Xana

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  2. A sério? Estou ainda só nos sonhos de 94 -- com alguns de 2006 -- Mas ainda vais aparecer muito mais!

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