sábado, 23 de setembro de 2006

Ruas cheias, trânsito intenso

NOITE DE 21 PARA 22 DE MAIO DE 94

Ruas tão densas de tráfego que os carros andam por cima dos passeio.
Um deles tem os vidros fumados. Desvio-me, mas penso que, na verdade, ele não tinha intenção de me atropelar. É um carro de luxo, cheio de indianos. Continua o trânsito, intenso. Preciso de chegar à Praça de Londres e penso que se apanhasse o metropolitano era muito mais rápido. Mas tenho medo de ir de metropolitano porque pode estar muito cheio a esta hora.
Passo um autocarro ao meu lado, está vazio mas não tarda, pode encher-se. Não gosto de andar em autocarros cheios.
Tento arranjar um táxi, mas só passam por mim carros particulares. Portanto vou a pé. Desvio-me para uma rua quase sem trânsito. Ando depressa, mas a rua escura, e quase sem movimento, torna-se ligeiramente assustadora. Pergunto a mim própria onde estarei. Parece uma zona próximo das Olaias, sem todas aquelas construções. Pergunto a uma pessoa onde me encontro, e a resposta enche-me de frustração. Grito, com raiva. A pessoa, um homem, tranquiliza-me: não estou tão longe assim do meu caminho.
E explica-me o que devo fazer para voltar.
No entanto, estou tão cansada que resolvo ficar por ali, numa pensão.

2 comentários:

  1. Já com uma mão cheia deles (sonhos) dá para perceber um tema recorrente: deambulação. procura de coisas e pessoas, como se estivesses muitas vezes em processos de fuga ou grandes movimentações... O que achas?

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  2. Apanhaste a essência da coisa. Esta safra de sonhos de 1994 é de tirar o folego. Animais e fugas, viagens e guerras. Despedidas. Mudanças. Tenho de voltar atrás e ver o que estava acontecer na vida acordada... de que não tenho registos, a não ser agendas e pouco anotadas.

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