sábado, 26 de janeiro de 2008

À procura de um acupunctor

NOITE DE 23 PARA 24 DE SETEMBRO DE 1997
Estou num centro comercial e ando à procura de um acupunctor. Pergunto a uma rapariga, nova, se sabe de algum. E ela responde “que coincidência! acabo de vir da consulta. É um muito bom, óptimo. Até te levo lá.” Há escadas rolantes e muita gente. Ela aponta para cima, e eu vejo, debruçado no corrimão do andar superior, um homem e várias pessoas a rodeá-lo. A rapariga diz: “é aquele”.
Ele está à porta do consultório, vejo cá fora fazer uma pausa. Há muita gente dentro do consultório. Muita gente mesmo. Eu digo «assim nunca mais chega a minha vez». O homem dá-me o braço e diz que tem de apanhar o avião à noite. E acontece que o homem está quase despido, de tanga, acho eu, e é brasileiro e vai apanhar o avião para o Brasil às dez da noite. E eu digo: “assim não vai poder ver esta gente toda! E muito menos a mim.”Ele aperta-me a mão e fecha a minha mão na dele. É muito simpático. A mão dele é muito pequena. E áspera. Penso: «a mão de um médico costuma ser forte e macia».

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