Uma floresta. Uma floresta muito grande. Alguém fala sobre o perigo dos fogos, e essa palestra é acompanhada de filmes que mostram o fogo a devorar florestas inteiras. Nós estamos dentro do filme. Depois alguém mostra como é possível evitar essa catástrofe, e essa catástrofe só é possível evitar se as florestas estiverem irrigadas por canais de água muito abundante. É como se se abrissem estradas de água dentro da floresta, e cheira a húmus, e há folhas a boiar naqueles canais, mas a água é viva, escorre, vai para qualquer lado. Assim, dizem, o fogo perde o seu poder destruidor.
Andamos e vamos ter a um local, dentro daquela floresta, onde há um lago. É um lago pequeno. Alguém diz que naquele sítio há a maior rede freática daquela floresta, e que se fosse drenada dali a água bastava para proteger todas as árvores, toda a vida. Os donos daquele sítio, contudo, não cedem autorização para o governo perfurar e extrair água do terreno deles.
Vejo uma casa de madeira, e há uma grande pilha de toros arrumada ao lado da casa. Ali vive uma mulher. Mal conseguimos falar com ela. Tentamos falar com o homem. Parece de ascendência estrangeira, uma personagem de filme de colonos norte-americanos. O homem está a fumar um cachimbo, sentado numa cadeira de baloiço. Tem cabelo branco, às farripas, e um ar ausente.
Depois há duas raparigas novas, muito novas, a tomar banho no lago, e é um lago-tanque. Elas têm cabelos muito compridos. Uma cabelos loiros, outra cabelos negros. Mergulham ao mesmo tempo, uma voltada para a outra, de frente, atirando os cabelos para trás e depois para a frente, de modo a não se enrolarem neles como se fossem algas. Os cabelos, por terem sido molhados primeiro quando elas atiram a cabeça para trás, não se enrolam em volta dos seus pescoços.
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