26 para 27 de Outubro de 1994
Sob uma ponte, uma estrada, um carro, algum lixo, eu e a Alexandra. O carro é um Wolkswagen. Saímos e junto de um dos pilares está um melão, ou melhor, o que se convenciona chamar um melão. Depois estão vários e não têm bom aspecto. A Alexandra diz-me para os apanhar, que estão óptimos. Não estou muito convencida, e tento rolá-lo com os pés. Ela insiste, diz que são óptimos. Eu agarro num melão pelos cabelos (?) e levo-o para o carro, mas não parece muito saboroso.
Depois estou a sair de um edifício histórico, tipo embaixada de França em Lisboa, só que muito maior, lá dentro é quase uma cidadezinha. Saio por uma porta lateral, uma porta reservada aos da casa, aos íntimos, de confiança. Mas quando estou fora lembro-me que me esqueci da carteira, e volto a entrar. É estranho porque para entrar eu não deveria usar aquela porta. Mas no entanto ela nem está fechada à chave. O porteiro vê-me passar, reconhece-me e eu sigo. Lá dentro há uma casa de cave, com umas escadas estreitas que começam ao nível da rua. Encontro uma mulher que me reconhece e que me diz que vai ligar ao senhor Augustin, porque eu sou a mulher-a-dias dele, e ela também, só que eu sou um posto acima dela. Digo-lhe que não é preciso. Mas a ligação foi feita. Do outro lado da linha há uma voz a desfalecer de cansaço. Explico que houve um mal entendido, não me ia embora e não tinha pedido que lhe ligassem. A mulher pede-me imensas desculpas. É a mulher do meu patrão.
Depois estou noutra casa e há lá dois bebés. Um é meu, outro é de um homem que é marido de uma mulher da minha família. Estamos os dois a cuidar deles, numa sala. Essa sala comunica com a cozinha, através de uns degraus, e a cozinha é a entrada da casa. No entanto, a porta de comunicação é estreita, e o homem ainda por cima, está a entaipá-la. Discuto com ele. Digo que mal passamos os dois por aquela frincha que ele deixou. Ele goza, diz que nós passamos muito bem por ali. Eu respondo: “mas se for a tua mãe ou a minha não passam mesmo. E se precisarmos de chamar um médico ele também não entra”. Faz-me aflição aquela entrada, que é só uma frincha. Ele afasta umas tábuas de madeira e deixa ver uns pilares de tijolo recente que ombreiam a entrada, mas que deixam mais espaço. Mesmo assim continuo sem entender a necessidade de tapar e estreitar a entrada.
Lá dentro o meu bebé tem fome. É um bebé de imenso alimento. E é delicioso. Preparo-lhe meio biberão, porque o resto queria dar-lhe de leite de lata. A primeira parte é de leite de vaca, completo e fresco. O bebé grita e chora, e agarra-se ao biberão com ambas as mãos e bebe-o de um golo. Isso deixa-me pouco tempo para arranjar a segunda parte da refeição. Mas agora ele já não chora tanto. Agarro-o e brinco com ele. E digo às pessoas que estão comigo: “agora tenho de começar a fazer sopinhas para ele se habituar aos legumes.” Isto dá-me um enorme prazer, embora esteja a visualizar o trabalho que representa.
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