14 PARA 15 DE FEVEREIRO 1995
Na cozinha da minha casa há uma barata horrível, e estão os meus filhos a ver, e está o Paulo Ab. a ver, e ninguém faz nada, a não ser eu, que grito e salto, e a barata, que não grita, mas salta.
E depois estou com o Paulo a passear na rua. E está a chover um pouco, e cada um de nós tem um guarda-chuva. Olho para o céu e vejo uma nuvem carregadíssima, negra, e digo, olha Paulo que nuvem tão gorda. Vai rebentar em água e trovões por cima da nossa cabeça. E a nuvem pára mesmo em cima de nós e não se mexe.
Estamos numa rua de uma cidade, num passeio junto a montras iluminadas. Há, aqui e além, toldos. Entretanto, a nuvem torna-se ameaçadora, pelo menos para mim. O meu guarda-chuva torce-se e vira-se do avesso. Sinto uma tremendaelectricidade no ar. Percebo que o meu guarda-chuva e o do Paulo podem servir de pára-raios e nós seremos literalmente feitos em cinza. Estou aterrada. Ele agarra-me e leva-me para dentro de um café onde servem pequenos-almoços. Lá dentro está calor e estamos protegidos. Pergunto-lhe se viu bem como estava o meu guarda-chuva. Ele diz que sim mas tranquiliza-me. A comida é imensa. Ele pede batatas salteadas. É um pequeno-almoço americano muito pesado para nós.
Na cozinha da minha casa há uma barata horrível, e estão os meus filhos a ver, e está o Paulo Ab. a ver, e ninguém faz nada, a não ser eu, que grito e salto, e a barata, que não grita, mas salta.
E depois estou com o Paulo a passear na rua. E está a chover um pouco, e cada um de nós tem um guarda-chuva. Olho para o céu e vejo uma nuvem carregadíssima, negra, e digo, olha Paulo que nuvem tão gorda. Vai rebentar em água e trovões por cima da nossa cabeça. E a nuvem pára mesmo em cima de nós e não se mexe.
Estamos numa rua de uma cidade, num passeio junto a montras iluminadas. Há, aqui e além, toldos. Entretanto, a nuvem torna-se ameaçadora, pelo menos para mim. O meu guarda-chuva torce-se e vira-se do avesso. Sinto uma tremendaelectricidade no ar. Percebo que o meu guarda-chuva e o do Paulo podem servir de pára-raios e nós seremos literalmente feitos em cinza. Estou aterrada. Ele agarra-me e leva-me para dentro de um café onde servem pequenos-almoços. Lá dentro está calor e estamos protegidos. Pergunto-lhe se viu bem como estava o meu guarda-chuva. Ele diz que sim mas tranquiliza-me. A comida é imensa. Ele pede batatas salteadas. É um pequeno-almoço americano muito pesado para nós.
Assombroso é o fato de, todas as manhã, acordarmos lúcidos - ou relativamente lúcidos, digamos -, depois de termos passado por essa região de sombras, por esses labirintos de sonhos". Jorge Luiz Borges
ResponderEliminarfacto (tirei do brasileiro...)
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