quarta-feira, 1 de novembro de 2006

O homem que oferecia cristais


NOITE DE 4 PARA 5 DE OUTUBRO DE 1994
Ando às voltas pelo Porto, na zona da Avenida da Boavista, próxima do mar. Há estradas largas e estreitas. Velhas e novas. Passo pela avenida, vou a guiar uma mota ou uma bicicleta. A estrada é irregular. Tenho de fazer um grande esforço para não cair. No meio da estrada há imensos cristais, como se estivessem abandonados. São lindíssimos. Vejo um, e imediatamente me identifico com ele, porque é igual ao que tenho em minha casa. É o cristal da família e da condensação de energia. Só que este é muito maior e muito mais belo.
Pego no cristal, que está na estrada, e vejo um homem, junto do muro de uma moradia. O homem é o dono dos cristais. Espalhou-os ali, e fica à espera que alguém os leve. O homem não está a vendê-los: está a colocá-los na estrada para que quem quiser os apanhe. Agarro o meu, com força. Tenho vontade de pegar mais, mas acho que não é justo. Resolvo ir embora rapidamente para avisar todas as pessoas de quem gosto para irem ali, rapidamente, escolher o seu cristal.
O homem tem bom aspecto. É um senhor simpático, de meia-idade. Tem ar de pai.

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