segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Mensagem para um jornal chinês



NOITE DE 27 PARA 28 DE SETEMBRO DE 1994
Estou numa casa escura, é a casa do Paulo A. e sou sua convidada. À noite, no meu quarto, ele vem visitar-me. A casa inteira dorme. Fazemos amor em silêncio. A porta do meu quarto está entreaberta. Não tenho chave, nem forma de a fechar melhor.
Mais tarde começa a fazer planos para o futuro e eu assusto-me.
Depois, somos um grupo grande a passear pelas ruas de uma cidade, como se estivéssemos em trabalho e em turismo. Depois é preciso mandar uma mensagem para um jornal chinês, e uma das pessoas que está connosco vai emitir as notícias. Faz-me muita impressão, porque o chinês tem milhares de caracteres, e ela consegue numa maquinazinha rudimentar, ocidental, enviar as notícias. Pergunto-lhe como faz para desenhar os caracteres, e ela explica que envia as palavras num sistema de ponto-traço-ponto, como no código Morse. Na obsoleta máquina eu vejo as teclas que permitem essa comunicação.
Depois tenho que subir aos andares superiores de um edifício, mas o elevador está avariado e só num contentor é possível. Há um homem a arranjar aquela caixa de metal, na casa das máquinas e eu decido que não quero subir. Digo: “assim não entro. É pouco cómodo e perigoso. Não sei como é que funciona. E aí só cabem crianças.” Além disso penso que o meu vestido vai ficar todo amarrotado se subir naquela engenhoca de serviço. O homem insiste comigo que não há problema. Mas eu não entro.
Há uma criança ao meu lado. Estou a comentar com pessoas crescidas que as crianças, mesmo distraídas, apanham tudo. Dou um exemplo. E a menina, que está a brincar, pára e pergunta o significado de uma das palavras.

.

Sem comentários:

Enviar um comentário