13 PARA 14 DE AGOSTO DE 1994 (versão portuguesa abaixo)
I’m walking by this road late afternoon. I’m going to pick up my car. I’m with this man. There are gypsies around. They live in the top of the hill, and some of them are going back home. The man thinks they can’t listen to him, and begin to insult them. He got crazy about the idea they were so close to the car, and I can’t help thinking that’s silly of him. The gypsies heard him and they fling stones at us. It’s none of my business, but I can’t help fearing all those stones falling around us. And there are more and more gypsies coming down the hill to attack us. Some of them know very well I’ve nothing to do with the situation, but in a while it won’t make any difference, because they are so many. So I start running to the car, and yelling to the man to came along, but I realise we won’t make it right on time. Then another man shows up. He is a Friend. He’s running with me, as well. He smiles. Then I saw this scooter passing by, with no one driving it. The man who is a Friend stops it with his own body. Than I jump and start driving the scooter in the middle of the intense traffic, and the man who is a Friend goes on running by my side, helping me, comforting me, giving me self confidence. I tell him: “you must be exhausted”. I can’t give him a ride, I don’t know why. He says it doesn’t matter, because he’s happy helping me. And now I’m out of town. Everything else stays behind. I must go to this old house. To get there I must go trough a floor that moves as if it was boat made. It’s small, but comfortable. I’m with friends, I guess. I go to the toilet. Cristina stays out.
Ciganos, uma scooter, um Amigo.
Vou a subir uma rua parecida à Infante Santo, ao fim da tarde. Estou acompanhada e vou buscar o carro para sairmos. Há ciganos na rua. O último par de ciganos está a subir uma ladeira e prepara-se também para ir para casa, que é uma das muitas barracas no alto do monte. O homem que vai comigo, julgando-os mais acima do que eles estão, portanto fora do alcance do som da sua voz, grita-lhes impropérios que eles ouvem. Como se o facto de eles terem estado a vender ao pé do seu carro o incomodasse, mais do que seria normal.
Os ciganos ouvem-no e do alto do monte começam a atirar-nos pedras. Eu não tenho nada a ver com o assunto, mas as pedras começam a chover à minha volta. Cada vez se vêm mais ciganos. É um grupo ameaçador que cresce e se prepara para descer o morro para nos vir atacar.
Percebo que, no grupo dos ciganos, ainda há alguns que sabem que eu não tenho nada a ver com o assunto e não sou culpada de nada, mas em breve isso deixará de ter qualquer importância. No meio das pedras que chovem, grito para corrermos para o carro, mas percebo que não vamos ter tempo. O meu companheiro pede-me para me abrigar sob o viaduto. Agora aparece outro homem. É um Amigo. Corro pela estrada e de repente há uma motoreta que passa por nós, sem dono, a correr sozinha por entre o trânsito. É uma scooter. O homem Amigo consegue travá-la, colocando-se à sua frente. Entretanto eu salto para cima e aproveito o seu balanço para começar a guiá-la. Fugindo por entre o trânsito vejo que o homem continua a correr ao meu lado para me ajudar, incutindo-me confiança. O trânsito é intenso. O homem, ao meu lado, dá-me confiança. Não lhe posso dar boleia, não sei porquê. Digo-lhe que se cansa terrivelmente assim a correr ao meu lado. Ele responde que não faz mal. Que lhe agrada ajudar-me. Continuo a guiar e percebo que estou a ter uma aula de condução no terreno! Uma aula e o lançamento, tudo ao mesmo tempo.
Depois estou sozinha, na periferia da cidade. Preciso de entrar numa casa antiga, na qual entro através de barcos. O chão oscila debaixo dos nossos pés. Tudo o resto ficou para trás. Lá dentro os aposentos são pequenos, mas sinto-me bem. Estou com amigos, acho. Sinto. São pessoas da produtora. Vou à casa de banho e a Cristina fica à porta.
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