segunda-feira, 2 de outubro de 2006

A mulher gorda a pantera lindíssima e os dois bifes


NOITE DE 29 PARA 30 DE JULHO 1994
Uma escola primária. As ruas são escuras, a noite caiu, e levantou-se um vento fresco do começo de Inverno. Fecho o meu casaco, e olho para um espelho para compor a boina preta. Depois recomeço a andar pela rua em passo apressado. Quando chego à escola bato à porta e depois entro. Lá dentro só está um miúdo. Os outros todos já foram embora. A escola é uma casa, de rés-do-chão e 1º andar. A professora está no andar de cima e o miúdo chama-a.
Depois estou na cozinha, não sei se ainda é a escola, com uma senhora gorda que é muito parecida com a dona da casa onde uma senhora de idade, da minha família, fica quando vem cá. Penso que tenho de lhe pagar. Receio que me apresente uma conta excessiva, mas isso não acontece. Depois estou num sítio que são as termas. Falam-me de umas águas, na cave, que saem quentes, e são óptimas para tudo. Estou aqui só de passagem. Falo com várias pessoas, julgo que estão em trabalho. Depois entro numa casa, a e a tal senhora gorda aparece de novo. Agora traz-me um prato com dois bifes, batatas fritas, ovos. Pergunta-me se quero, respondo que não. Eu não tenho fome. Eu não quero comer aquela comida.
Então entra uma pantera negra, dentro da sala. É lindíssima, faz-me imenso medo. Passa por nós, salta para um sofá, não gosta, encosta-se a mim e enrosca-se no chão. Ninguém diz uma palavra. Faço-lhe uma festa, a medo. Até receio levantar-me, não vá ela mudar de humor. Penso nos seus dentes, tão afiados. A mulher gorda diz que não há perigo nenhum. Mas depois tropeça, deixa cair os bifes, mesmo ao lado da pantera, e fica transida.
Percebo que a mulher também tem muito medo da pantera.
Lembro-me do pêlo dela: macio, pura seda.

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