22 PARA 23 DE AGOSTO DE 1994
Perto do mar, um mar tranquilo do meio da tarde. A areia é macia sob os nossos pés.
Passa por mim um homem. Sei que é um homem mas parece uma roda de luz e de fogo. Dizem-me que se trata de um yoggi, e que é daquela maneira que atravessa Oceanos. Todo ele, tronco, membros, gira numa roda perfeita e luminosa, a grande velocidade. Entra no mar e desaparece no horizonte.
Depois está ao pé de mim e diz que qualquer ser humano, qualquer pessoa, pode fazer aquilo. Não quero acreditar. Digo: eu não tenho maleabilidade para tanto. Ele diz que não é difícil. Estou sentada a ler um jornal. Levanto-me, recuo na areia seca uns passos. Depois lanço-me numa corrida e o meu corpo transforma-se numa roda que gira, gira, e entro no mar assim, e penso espantada, que é mais fácil do que nadar, porque, girando, o corpo aflora a água quase sem atrito nem resistência.
Volto para traz, feliz com o que aprendi, à espera de saber para onde vou, naquela maneira nova.
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