sábado, 28 de outubro de 2006

A mulher mata os coelhos


Mesma noite (22 PARA 23 DE AGOSTO DE 1994) outro sonho
Vamos todos embora. Alguém falou em partir. O pátio é grande e andam animais domésticos à solta. Coelhos e galinhas. As galinhas ainda são pintainhos.
Uma mulher diz que é preciso matar a criação antes de partirmos. Digo: " prefiro nunca mais comer carne a ter que matar um animal. " A mulher afasta-se para uma arrecadação que dá para o pátio. Os coelhos estão à volta dela, a comer erva.
Eu não vejo. Há um pequeno muro que esconde a mesa de pedra onde ela começa o seu ritual. Vejo-a de perfil, metade dela. Metade da cabeça, o ventre, as mãos, estão ocultas pela parede da arrecadação. O braço ergue-se, e sinto no meu corpo o desfecho do seu gesto. Uma impressão tremenda no corpo e no peito. Os coelhos, todos ao mesmo tempo, saltam de orelhas muito espetadas, quando ela mata o primeiro. É uma reacção em cadeia. Depois recomeçam, tranquilamente, a comer. Ela continua a sua tarefa, e eu não quero ver. Mas vou olhando, adivinhando. Num dos coelhos ela falha o golpe. Tem que insistir. Os outros já nem ligam.

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