Diário dos meus sonhos. My colourful dream diary. Le journal de ma vie ensommeillée.
terça-feira, 17 de outubro de 2006
A broken fountain-pen and two lovely pipes
28 PARA 29 DE MAIO DE 1994
(in english above Portuguese version )
Um rio. As águas estão baixas. Atravesso-o a pé, de gatas, as mãos no chão cheio de lama. Apanho um objecto. É uma caneta partida. Suja-me as mãos. Deito-a fora e continuo a andar. Sinto outro objecto e agarro-o. É um embrulho estranho. Dentro há um porta-cachimbos com dois cachimbos pequeninos, lindíssimos, de boquilha longa e elegantemente curva. Há também uma caixa, julgo que tem erva. E tem uma carteira e está tudo incrivelmente seco e preservado, apesar de estar ali há tanto tempo.
Abro a carteira e não consigo acreditar no que vejo. É do Sam, tem fotografias nossas – do tempo em que estávamos casados, – incrivelmente bem conservadas. Não consigo entender porque é que tudo aquilo me vem parar às mãos. Ele guardara aquelas memórias durante quanto tempo? Tinha-as perdido ali, no meio do rio? E então, mais tarde, encontro-o numa casa, cruzo-me com ele, digo-lhe já nem me lembro o quê e vou-me embora. E penso, ficou alguma coisa por dizer, por fazer.
Mesma noite
E depois há uma viagem por uma vila de ruas apertadas e sinuosas. Tenho de ir a um Banco. E quando chego há uma fila de gente à minha frente, diante de um guichet, e o homem do guichet diz que tem uma chamada para mim, e eu sinto-me tão importante. A chamada é de outra dependência do Banco, para dizer que o meu cheque, muito antigo, que passei não sei a quem, não tem cobertura. Sinto-me tão vulnerável, porque nem me lembro do cheque, e o homem por telefone não me diz mais nada. Mas confirmo: não me vão tirar os cartões, nem o crédito, nem a garantia.
Mas sinto que alguma coisa, no entanto, me foi tirada.
E depois há uma casa grande. Aonde me escondo? Onde me acolho? Nessa casa há várias salas que comunicam umas com as outras. Há um quarto. Nesse quarto há um armário onde me posso fechar.
A broken fountain-pen and two lovely pipes
The river is almost dry. I crawl on all fours, my hands on the mud. I got this broken fountain-pen from it. My hands got dirty. I threw it away and now I’m walking on the river. Then I found a strange packet. I open it and there are those little, astonishing beautiful pipes. There is also a small box. It has marijuana inside, I suppose. And there is a wallet, as well. Everything is unbelievably dry, and preserved, although those things are there since olden times. I open the wallet and as I realise it’s Sam’s, I can’t believe in what I’m seeing for it has photos from when we were married. I wonder how this came to my hands. I wonder why he kept all those memories, and how he has lost it in this river. Latter on I found him, in a house, and we talk a while. Anyway I feel like there are untold words, undone things.
Same night
I’m walking around in this small town with its sinuously and narrow paths. I must got to the Bank, but when I got there, there is this queue and I must wait. The man in the counter calls me. Someone has phoned me to the bank. I fell very important until I realize that the phone call is from another bank department to tell me that this check I don’t even remember to whom or when I gave it, is not available. It has not funds. I feel deeply vulnerable, because I don’t’ remember nothing concerning that check, but the man on the phone has no further more to tell me. Anyway: they are not taking my check book, neither my credit cards nor my guarantees. But I feel like something I don’t even know what it is has been taken away from me.
Then I’m in this house. Am I being hidden? Am I being refugee? In this house there are many rooms. They communicate. In one of those rooms there is a closet, where I can stay out of sight if I feel like it
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