NOITE DE 9 PARA 10 DE FEVEREIRO DE 1998
Estou na estação de comboios em Coimbra. Fiz metade do caminho e tenho de comprar o bilhete para o resto. O resto do percurso é para Lisboa. O bilhete é mais caro agora porque «a máquina está sobrecarregada», diz-me o homem da estação. O comboio vem muito devagar porque está outro comboio atrás dele. Não chocam, embora eu, ao olhar para eles, pense que isso até podia ter acontecido. Na estação há muitos homens. Olham muito para mim. Eu olho para o bilhete e para a guia de compra e apanho um susto porque me parece muito mais caro do que, olhando pela segunda vez, verifico ser.
Depois estou num avião que aterra, milagrosamente intacto, graças à perícia do piloto. Não é um local onde um avião deva aterrar, porque não estamos no campo, nem na cidade, mas sim entre montes, num piso muito irregular. É uma aterragem de emergência, e eu chego a pensar que vamos magoar-nos. Fora do avião, agarrada a uma asa, está uma mulher. A mulher grita.
Quando o avião aterra todos fogem, com medo da explosão. Começo a correr, mas depois volto atrás para dar um abraço ao piloto que foi extraordinário. Parece-me injusto não lhe agradecer. Agora já não há perigo de explosão. E ainda por cima, penso com alívio, o avião não ficou danificado.
Imagem: http://tvcoimbraarquivo.com.sapo.pt/102006.htm
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