sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O soldado todo nu no jipe do general

NOITE DE 20 PARA 21 DE JANEIRO DE 1998

Na cidade onde vivo há um grande exército. Há soldados por todo o lado. Com fardas de camuflado. Estão muito bem dispostos. Há alguns de alta patente. Mas não há guerra. Vejo, quase fora do meu campo de visão, jipes e tanques de guerra. E uns soldados a rir, porque um deles se meteu, todo nu, no carro de um general. E o general mandou-o de volta para o quartel, ou perguntou-lhe qualquer coisa, e ele disse: «sim, mas só se levar duas mulhere nuas, duas prostitutas, uma de cada lado, comigo, para não ter frio». E toda a gente achou muita graça. Até o general.

Depois vou ao cabeleireiro, mas na sala de lavar o cabelo estão muitos soldados. São todos muito miúdos. Estou em Lisboa. E a mulher está a arranjar um saco com cremes para eu levar. Vejo a Alexandra. Acabaram de a pentear. Está muito mal penteada. Só que, como o cabelo dela é tão bom, eu penso:«em casa ela vai arranjar o penteado.» Depois a cabeleireira aponta-lhe a laca, e eu dou um salto e consigo interceptar o jacto pegajoso. Digo-lhe: «nós não usamos essas coisas».

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